quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Amor: tristes constatações

Bagagem: Amor



Cansei, 
Cansei da sorriso falso,
E do seu jeito ingrato. 
Cansei, 
Cansei da sua falta de coragem 
Cansei de olhar a paisagem.
Amei, 
Amei o que não era meu, 
Amei o que era teu.
Amei, 
Amei o que mais queria,
Amei mais que a minha própria vida. 
Agora, 
Agora vou-me embora, 
Pois cansei, e amei. 
E eu espero que a vida o leve.

Ah, a vida. 
Correrei até ela.
Cansei-me de um olhar safado e inconstante.
Amei um olhar safado, e inconstante.
Agora eu vou adiante,
Não serei mais entediante, 
Serei sim viciante, e, quiçá amante.

sábado, 13 de novembro de 2010

Pedro

Pedro e Fernanda


Meu nome é Pedro, não gosto de filmes românticos por que eles sempre terminam do mesmo modo:
E Fernanda ficou com Pedro, e eles viveram felizes para sempre. 
Ah se eu fosse um roteirista de cinema! Eu terminaria os filmes assim: 
E Fernanda ficou com Pedro, e eles viveram felizes. Até...
Ele se esquecer de lhe dar um beijo quando acorda. Até...
Ela parar de enfeitar-se para ele. Até...
Ele começar a achar que ela fica melhor de outro jeito, e não do jeito que está, ou ficar sonhando com a Jolie (Mas que homem não sonha com a Jolie? isso não conta!) 
Bom, parênteses fechado. Até...
Ela começar a dizer que no namoro ele era mais carinhoso.

ISSO SIM É VIDA REAL CARAMBA! E NÃO OS FILMES QUE ANDAM POR AÍ!
Se bem que, eles são ficção, não é?
E por que isso acontece? Isso de brigarmos com quem amamos!
Uai, mas o que é isso Pedro? Você é homem, você não a ama. Você só gosta de vê-la dormir, de vê-la andar, de abraçá-la quando está triste, de beijá-la inesperadamente. Isso não pode ser amor!
Fico me perguntando, o porquê de brigarmos tanto.
Mas, sei lá! Não sou psicólogo. Mas olha que engraçado, nem eles me responderam isso, ou me deram uma dica pra isso não acontecer. Os casamentos, ou melhor dizendo, os contratos de união estáveis ( oficiais ou não) continuam não durando. 
Diabo! Tô parecendo mulher, parando pra pensar em relacionamentos. Onde já se viu? Sou Homem!
Um homem que deixa a esposa ir embora por bobagem. Belo homão, ou é Homenzarrão? Ah, que seja! Que bela espécie masculina eu sou! 
Merda! Devia ir buscá-la, mas ela tá na casa da bruxa. Viiixe, agora lascou! Mas eu vou lá!
Fernanda, vim te buscar. Que negócio é esse de vir pra cá, sem me dar nenhuma explicação? E com mala já? Foi porque não lavei os pratos? Ou porque não falei que estava bonita?
Pedro, querido, amor, lindo, eu sei que você nunca vai reparar quando eu cortar o cabelo, a não ser se eu, ou alguém falar. E sei também, que não falar do meu novo corte, não quer dizer que não me ama. Eu simplesmente vim trazer a mala que mamãe me pediu emprestada.
Diacho, o que fui fazer lá? Malditos filmes, que mostram um tanto de homens correndo atrás de mulheres, fazendo que eu faça isso também. Isso, só porque ela saiu de casa sem falar nada, e arrastando uma mala.
Pra variar, olha o que ela me disse depois:
Amor, eu sabia que você iria pensar justamente o pior. É sempre o que penso quando tô longe de você. Amo você seu bobo!
Ah, esses filmes! Eu os odeio, eles não estão com nada. Gosto da minha vida, que é real.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Sorriso de Brinquedo

Pareço alegrar meninas? Pareço feliz?



Carlos Gildemar Pontes



Os mendigos assaltaram o depósito do lixão.
Puseram nos sacos sobejos de valor.
Foram pelas ladeiras alegres, mas sem abrir a boca, o vento era frio e os dentes de sorrir doíam.
Lá nos viadutos fizeram a partilha.
Quero a boneca pra minha neta.
Que nada, ela é minha!
Sem conversa o chefe saltou sobre o da boneca e dividiu sua cara ao meio com uma giletada.
O sangue quente nos dentes…
Todos sacaram suas giletes e retocaram uns aos outros.
O velho barrigudo segurava a torneira da jugular.
A netinha aproveitou para tomar a boneca e correr, os cabelos espetando o vento, um olho aberto e outro fechado, sorriso de brinquedo.
Sãs e salvas, as duas moram no sinal.
A boneca, olho fechado, olho aberto, mão estendida recebe as moedas.
O sujeito do outro lado da rua tem planos para a menina.

                                                                             * * *

Conto que simplesmente amei, não costumo postar textos de outras pessoas em meu blog, mas essa obra, eu não poderia deixar de partilhar com vocês. Esse conto faz parte da literatura pós-modernista, ou contemporânea. É um texto rico, em que há a discussão de questões de ordem social, mas que muitas vezes, vemos com uma coisa banal.

TAIS QUESTÕES NUNCA DEVEM SER VISTAS COMO BANAIS!

Espero que gostem, tanto ou mais do que gostei. Digam-me o que acharam nos comentários!  =*

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Saudades - Uma crônica que fala de amor!


– Droga, ainda falta muito pra chegar em casa, e esse maldito trânsito? Não está ajudando em nada. Camila deve está ansiosa me esperando, e com muitas saudades também, é uma mulher muito amorosa. Aposto que ela preparou uma surpresa para mim. Tenho quase certeza. – Pensava João no taxi. 
João não via hora de chegar em casa. Estava morrendo de saudades da esposa, o seu grande amor. Pois havia quase um mês que não a via, que não a sentia e a tocava, não aguentava mais de saudades. 

Ele estava viajando a negócios, dessa vez, fora Paris. Sempre que viajava, trazia um presente para a esposa. No entanto, nesta viagem, perdera o cartão de crédito, e então, não pudera comprar nada. 
Ele acreditava ser mais seguro comprar no cartão quando estava fora do país.


Enquanto isso, Camila pensava em casa.


– Ah, como João é um bom marido, faz tudo o que quero, não vejo a hora de sentir-lo perto de mim. – Pensou ela.

Camila, esposa de João, não via a hora de seu esposo chegar, estava muito ansiosa. Ele era um bom marido. Fazia todas as suas vontades e caprichos. Sempre que chegava de viagem, trazia presentes para ela. 
Dessa vez, ela estava mais inquieta do que nas outras viagens de seu marido. Pois João estava em Paris, a cidade luz. Não conseguia nem imaginar qual seria o seu novo presente, embora quisesse algo que traduzisse a luz de Paris, isto é, uma jóia.


E eis que é chegado a hora do encontro, onde o amor iria se mostrar em toda sua plenitude, no reencontro de um casal apaixonado.

João chega em casa. João roda a chave na fechadura. Camila ouve o barulho da porta sendo aberta. Ele larga a mala no chão e abre os braços esperando um abraço. Ela vira-se e corre, mas não para o abraço. 


Camila vai embora de casa alegando que seu esposo não a valorizava. João permanece atônito por um momento, mas só por um momento mesmo.

Algumas horas se passaram. 

– A justiça me favorecerá! Sou homem! A sociedade é machista! Ela não terá nenhum centavo de meu dinheiro! – Disse com um sorriso vitorioso.
No entanto, sua confiança é abalada, pois lembra-se de uma clausula que havia em seu contrato de união estável:

Em caso de abandono de umas das partes, antes do tempo previsto em tal documento, a outra parte não terá nenhum direito aos bens da outra parte, exceto se, a parte abandonada for a masculina, pois cabe a esta  sustentar a parte feminina, isto é, a possível futura-ex-esposa. 

– Maldita sociedade machista, estamos em pleno século XXI.




                                                       * * *


Olá pessoal, estou tentando diversificar os gêneros textuais que venho usando, já  fiz muitos poemas. Agora tentarei investir mais em contos, crônicas e também textos argumentativos. Será que conseguirei? Espero que sim. Mas é claro que postarei poemas também, afinal, eu adoro, e tenho mais facilidade quando vou criar-los.


Esse texto é uma crônica que fiz para Universidade, espero que gostem! Digam-me o que acharam nos comentários! =*